Semana de 12 de Outubro - A Importância do Perdão
09/10/2020


O custo alto de acertar as contas

 

Texto Bíblico:

Diante disto, então, Pedro, aproximando-se, lhe perguntou: Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Até sete vezes? Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete.

Mateus 18.21-34

 

INTRODUÇÃO 

QUAL O A MAIOR UNIDADE DE VALOR QUE SE PODE MENCIONAR?

O maior número primo descoberto tem 22 milhões de dígitos e levaria 127 dias para dizê-lo. Considerando que você consegue falar dois dígitos por segundo e evoluiu a tal ponto que não precisa comer, dormir ou ter uma vida social, levaria pouco mais de quatro meses para você dizer o maior número primo já descoberto. Esta é a hipérbole que Jesus Cristo usou para ilustrar o valor da nossa dívida paga na cruz.

 

DESENVOLVIMENTO

Lameque matou duas pessoas e evocou a sentença de Caim que foi beneficiado pela piedade de Deus ao protegê-lo da vingança dos outros. Se alguém o matasse, SETE outras pessoas da família morreriam. Lameque sentenciou com setenta vezes sete se alguém o matasse por vingança (Gênesis 4). Jesus humilha e inverte a lógica daquele homem, não com vingança, mas com perdão sem limites. A misericórdia é um dos pré requisitos dos discípulos de Cristo. O perdão a próximo não é enfatizado no Antigo Testamento nem no judaísmo do primeiro século. Foi inaugurado por Jesus Cristo.

A estória diz respeito a um certo rei que queria zerar suas dívidas impagáveis de seus livros. Um servo que lhe devia 10.000 talentos estava insolvente, de modo que seu senhor ordenou que ele e sua família fossem vendidos como escravos em pagamento da dívida. O servo desesperado pediu tempo, prometendo pagar-lhe tudo, se tivesse a chance.

Tanto os números extremos do perdão, como o exagero da dívida apontam para a graça de Deus diante das demandas humanas. Não há lugar para amargura na família Real do céu e “a humanidade nunca é tão bela como quando está orando por perdão ou perdoando os outros.”

Em contas de hoje, feita por comentaristas bíblicos, 1 Talento valeria hoje, 600 mildólares. Então 10 mil Talentos equivalem a 6 bilhões de dólares. Como dívida, levaria 164 mil anos para pagar. Hiperbolicamente, era uma dívida impossível de pagar. O detalhe sobre esta quantidade vultosa é intencional. É para chocar os ouvintes e assim captar sua atenção e também para enfatizar uma imensa dívida para com Deus.

Perdoado em 6 bilhões de dólares, ele foi cobrar 100 denários, ou 12 mil dólares. Aquele servo tinha um criado que lhe devia 100 denários. Em vez de perdoá-lo, agarrou-o pela garganta exigindo pagamento integral. O infeliz devedor pediu prorrogação da dívida, mas não adiantou.

 

APLICAÇÃO NA VIDA

1)- O perdoado perdoa

Assim também meu Pai celeste vos fará, se do íntimo não perdoardes cada um a seu irmão. Mateus 18. 35.

A falta de perdão é insuportável. Não perdoar é pecado porque além de causar mal para si, causa tambem aos outros. Caim não suportou o julgamento sobre si (Gênesis 4.13).

O reino dos céus tem um estilo diferente que não permite um espírito implacável para aquele que foi livremente perdoado. A parábola é categórica: quem foi perdoado, perdoa.

A aplicação é clara. Deus é o rei. Todos os seus servos haviam contraído uma dívida de pecados que não poderiam pagar. Em maravilhosa graça e compaixão, o Senhor pagou a dívida toda e concedeu perdão pleno e livre.

Quando o perdão não for passado adiante, as pessoas terão que prestar contas por isso.

 

2)- Temos uma Aliança de Perdão

Todos temos uma aliança de perdão. É uma cláusula de contrato que assinamos no momento da conversão, porque ser cristão é ter um acordo com Deus. Sabemos que errar é humano, perdoar é divino e ninguém pode viver uma vida sadia mantendo vivo o ressentimento no seu coração.

A igreja normalmente tem apresentado uma graça que não precisa ser lavada muito a sério, mas a graça bíblica é transformadora. Quando você recebe o presente, recebe junto aquele que deu o presente: Cristo, e que não deixará que você siga pelos seus próprios caminhos.

Uma exigência clara é que se fomos perdoados, não temos escolha a não ser perdoar, porque perdão é a essência da fé. A misericórdia de Deus não deve ser tratada de forma negligente. Ela não é efetivamente recebida enquanto não é demonstrada, pois ela gera transformação na pessoa. Se a misericórdia de Deus não firmar as suas raízes no coração, não é experimentada.

Um perdão que não se pratica é um perdão que não se conhece. Se o perdão não efetuar a transformação, é porque não foi, de fato, experimentado.

Lloyd-Jones disse: “Se realmente conhecemos a Cristo como nosso Salvador, os nossos corações são quebrantados, não podem ser duros, e não podemos negar o perdão.” Isto é verdade, porém, há uma grande batalha nesta área espiritual.

 

3)- A mania de acertar as contas demanda um alto preço na saúde física e emocional

Quando odiamos nossos inimigos, estamos lhes dando poder sobre nós: sobre o nosso sono, o nosso apetite, a nossa pressão arterial, a nossa saúde e a nossa felicidade. Os inimigos dançariam de alegria se soubessem o quanto nos estão preocupando, dilacerando-nos. O nosso ódio não lhes causa mal nenhum, mas faz com que nossos dias e noites se transformem em verdadeiro tormento.

Quando Jesus disse para amar nossos inimigos, não estava apenas ensinando um princípio elevado de ética, mas ensinando medicina. Quando disse perdoe “setenta vezes sete”, Jesus estava recomendando a nós a maneira de evitarmos doenças do coração, hipertensão, úlceras estomacais e muitas outras enfermidades.

Mesmo que não possamos amar os inimigos, amemo-nos pelo menos a nós mesmos, a ponto de não lhes permitir que controlem a nossa paz. Como dizia Shakespeare: “não esquentes um forno tão quente para teu inimigo ao ponto de tu mesmo sair chamuscado”.

Perguntaram certa vez ao filho do general Eisenhower, se o seu pai costumava nutrir ressentimentos. “Não”, respondeu ele, “papai não desperdiça um momento sequer pensando nas pessoas de quem não gosta”.

 

CONCLUSÃO

Jesus disse: Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. (CONTA DE LAMEQUE). Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem.

Mateus 5.43-44

O ensinamento dessa parábola é contraintuitivo, mas é a expressão mais contundente da forma como os cristãos deveriam levar as suas vidas. No seu viver, em vez de ficar insistindo nos seus direitos, deveriam ser distribuidores permanentes de misericórdia e perdão, ou seja, um reflexo tanto do caráter, tanto do tratamento que Deus dispensa ao seu povo. Perdoados e sempre perdoando.

Pr. Fábio Alcântara


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