Semana de 15 de Março - a Primeira Páscoa
13/03/2021


APRENDENDO COM A PÁSCOA

Talvez, por sua dramaticidade, a Páscoa seja o momento mais visível da ação reconciliadora de Deus. Sim, naqueles dias de paixão e morte, é possível perceber que “Deus estava, em Cristo, reconciliando consigo mesmo o mundo” (2Co 5.19).

Entretanto, quando penso na Páscoa, não consigo evitar a ideia de que naquelas conversas no monte da transfiguração, no Cenáculo ou nos acontecimentos do Getsêmani, Jesus estava sendo aperfeiçoado.

“Porque convinha que aquele, por cuja causa e por quem todas as coisas existem, conduzindo muitos filhos à glória, aperfeiçoasse, por meio de sofrimentos, o Autor da salvação deles” (Hb 2.10).

Ousando um paralelismo de linguagem, eu diria que Deus estava, em Cristo, aprendendo sobre o sofrimento humano (Hb 5.7-10). “Embora sendo Filho, “aprendeu” a obediência pelas coisas que sofreu” (v. 8).

Imagino o desconforto que acabo de causar. Deus aprendendo?! - dirá você.

Esse mesmo incômodo devem ter sentido os primeiros cristãos, ao lerem o trecho da Carta aos Hebreus citado acima. Jesus sendo aperfeiçoado?! - devem ter pensado. - Jesus aprendendo sobre obediência? Isso é possível? E essa ressalva: “Embora sendo Filho”, o que quer dizer?

Meu pensamento é que Deus, em Cristo, estava amando o mundo de uma maneira plena e difícil de compreender (Jo 3.16). Não “apenas” um amor imenso; nem mesmo “apenas” um amor que vê o necessitado, se compadece dele e toma providências sacrificiais (esse é o significado da palavra “caridade”). Mais que isso, meu coração discerne, na Páscoa, um Deus que deseja ser amigo, que quer estar tão próximo que se oferece ao aperfeiçoamento e à aprendizagem que provêm da convivência conosco, em nosso dia a dia. Oferece-se a uma aliança do tipo “tudo o que é meu é teu”.

Ele já não se contenta em ser “apenas” o Altíssimo; quer mais, quer ser pai amoroso, “abba”; quer ser o primogênito entre muitos irmãos; quer ser o servo da casa e também fiel sumo sacerdote, quando tiver aprendido, por meio de sofrimentos, a compadecer-se das nossas dores e mazelas. Agora, “pelas coisas que sofreu” entre nós, por nós e à nossa semelhança, se tornaria capaz de uma intercessão plena, misericordiosa e perfeita.

Deus estava, em Cristo - penso -, aprendendo sobre nossas dores, do mesmo modo que um pediatra doutor em obstetrícia aspiraria conhecer a maternidade: engravidando. Impossível, se for um homem; há um limite para esse conhecimento, pois não lhe é dada a parte mais rica desse conhecimento: a experiência. Entretanto, se ele fosse Deus, escolheria, como trabalho de campo para sua tese de doutorado, fazer-se mulher e ter um filho. Então ele saberia.

A Páscoa nos diz que o projeto de habitar entre nós não foi cancelado quando as dificuldades surgiram. A exemplo daquela véspera de angústia, os cálices preparados pelo Pai não deveriam ser evitados.

O exemplo ficou. Ao contemplarmos a sua glória, quisemos fazer-nos suas testemunhas. À sua semelhança, permitiríamos que o Pai transformasse nossas dores em aperfeiçoamento. Aprenderíamos a lavar pés e a andar a segunda milha com alegria. E os eventos tristes de nosas vidas nunca mais seriam desnecessários e sem sentido. Doravante, aprenderíamos com eles sobre a misericórdia, em nossa personalíssima formação sacerdotal.

 

A PRIMEIRA PÁSCOA

Texto: Êxodo 12.1-28

 

Introdução

Páscoa. Em hebraico, a derivação é incerta, mas pode significar “passar por cima” ou “manquejar” ou até “aplacar”. Para os judeus, é uma das principais festas. Para os cristãos, trata-se de uma celebração marcada de significado sobre o sacrifício e a redenção por meio de Cristo. Vejamos neste estudo como ocorreu a primeira Páscoa e o que nós, como igreja, podemos aprender com ela.

As orientações de Deus sobre a primeira Páscoa revelam uma circunstância, um propósito e um sinal.

a) Circunstância

Tensão, ansiedade e pressa marcaram o momento em que o povo de Israel recebeu as orientações de Deus sobre a festa da Páscoa. Os hebreus ainda estavam sob a opressão de faraó, mas, pela fé, já podiam antever a libertação. O tempo de escravidão estava chegando ao fim!

Identifique aspectos do ritual da Páscoa que evidenciam o “calor” das circunstâncias e responda: que circunstâncias desfavoráveis nos fazem deixar de obedecer a Deus? Como ver a vontade de Deus (e celebrá-la!) quando as circunstâncias não são tranquilas?

 

b) Propósito

O sacrifício de um cordeiro ou um cabrito (5,6). O uso do sangue como expressão de fé na proteção de Deus (7). A refeição entre famílias (3,4,6). O fogo como meio de preparação do animal (8,9). A mesa com sabor da carne, mas também com o amargor das ervas (7). Os pães sem fermento (20). Nada disso deveria ser esquecido (14). Tudo seria ingrediente cheio de significados.

O que você acha que Deus queria ensinar ao povo naquele momento, às vésperas da fuga e libertação, a partir da Páscoa?

 

c) Sinal

O relato deste capítulo deixa claro que o sangue serviria de sinal para que o Anjo da Morte não ferisse cada casa indicada (13). Hoje, sabemos que este sangue também sinalizava o que Jesus faria na cruz e o poder de seu sangue para nos libertar. Mas para as famílias hebreias daquela época, tal significado não era evidente. Era só o começo do que Deus ensinaria ao longo de séculos ao povo de Israel.

Imagine-se no lugar de um hebreu daquela época e pense o que o sangue passou a significar para ele a partir da primeira Páscoa? E o que isso pode nos ajudar a começar a entender o valor do sangue em Jesus?

 

Oração

- Orem juntos e agradeçam a Deus pelo amor dele ao seu povo, ao longo dos séculos, apesar das circustâncias desfavoráveis.

- Orem pela vida de cada irmão/irmã deste grupo. Peça a Deus que o proteja de todo mal e lhe dê fé para enfrentar as adversidades.


©2018 Igreja Metodista Central em Curitiba.Todos os direitos reservados
Contato
Av. Sete de Setembro, 3235 Centro – Curitiba- Paraná
41 3222-3242
contato@metodistacuritiba.com.br
Fique por dentro
Se inscreva para receber notícias sobre nossa igreja.
325 WEB - Criação de Sites e Sistemas para WEB